Sou escorpiana, eu sei que muita gente não gosta quando
alguém usa o signo como “desculpa”, mas eu amo falar e estudar sobre signos e
também amo falar sobre sentimentos. Então sinta-se à vontade em ignorar que sou
escorpiana.
Mas retomando o foco... Sou escorpiana e intensidade é meu
sobrenome. Em tudo, mas principalmente nos amores e paixões, meu primeiro amor,
aquele de quando eu era criança e tinha toda a ingenuidade do mundo, foi
intenso, de cartinhas a declarações de amor no portão da escola. A primeira
paixão da adolescência foi fogo, foi entrega. E quando apareceu o primeiro amor
de verdade, bem foi magia, foi coisa de almas... de destino. Eu não escondo de
ninguém, que ele foi o amor mais puro, e que de lá para cá, vários anos depois
daquele primeiro olhar... daquele primeiro beijo... ninguém chegou aonde ele
chegou, até chegaram perto, mas ninguém nunca ultrapassou.
E passaram os anos... os namoros... os casamentos.... Eu
sempre fiz com que cada uma das minhas histórias fossem histórias dignas de
livros. Eu não seria eu se não desejasse viver coisas parecidas com o que eu
lia nos meus livros. E eu consegui, eu poderia contar cada uma delas não em
textos como esse, mas em livros parecidos com aqueles que leio, quem sabe um
dia isso se torna algo concreto. Mas agora? Bem, no agora, aos vinte e tantos
anos eu não consigo mais imaginar que eu ainda posso viver histórias de amor
dignas de livros.
Eu tenho a triste sensação de que vivi todos os amores
possíveis, e agora só me resta o vazio que fica depois de alguns encontros
casuais... de alguns sexos casuais. Esse vazio não é por falta de amor próprio,
nem mesmo por arrependimento de ter terminado os romances anteriores, eles
foram o que tiveram de ser, até onde conseguimos ir, o vazio é falta de amor ao
próximo. O vazio que fica quando você ver uma pessoa saindo pela porta sem você
realmente ter tocado a alma dela. Tocar o corpo é tão fácil, as mãos, a língua,
a pele, o desejo, o tesão. Mas conseguir tocar a alma? Ahh essa não é tão fácil
assim... E fica ainda mais difícil para mim, eu não sei medir a intensidade. Eu
quero muito sexo, muito toque... e muita conversa. Quero almas juntas.
E como fazer isso em um momento onde as pessoas são tão
medrosas ao pensar em se entregar? Se vocês souberem a resposta dessa pergunta
agradeço se me ajudarem. Por que depois de tanto vivenciar o medo do outro, ao
invés de ser quem sempre fui, me entregando e vivendo, eu apenas vivencio o
prazer, o gozo. E depois, fica apenas o vazio e o medo. E com isso eu tenho a
dúvida se a falta de histórias épicas é o destino que já fez o que tinha que
fazer... ou se eu não tenho mais capacidade de fazê-las acontecer...
Enfim, continuo achando que não aparecerá mais nenhum grande
amor, e o que me resta é relembrar e escrever sobre os que já vivi. Talvez isso
possa parecer pessimismo, mas para mim, é apenas a minha realidade. Caso isso
mudar, vocês serão os primeiros a saber.
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